Saúde Mental – Prevenir é Melhor que Remediar

No início do ano, é comum fazermos muitos planos que envolvem mudanças importantes em nossa mentalidade e comportamento, planos que nos colocam como prioridade em nossa própria vida, como: voltar a praticar atividade física, a emagrecer e a ter uma relação mais saudável com a comida, iniciar um novo curso, fazer uma viagem, viver emocionalmente mais saudável e com relações mais equilibradas. Essas são algumas ideias de planejamento entre tantas outras.

Nesse contexto, não foi ao acaso que o primeiro mês do ano foi o escolhido para a campanha do “Janeiro Branco”. Isto se deu por conta do início do ano ser marcado pela sensação de um novo ciclo, tanto pela idealização de novos projetos, quanto pela motivação para uma nova forma de viver a vida. Então, nada como pegar embalo desse clima e propor que as pessoas reflitam, também, sobre sua saúde mental e emocional.

Janeiro representa o novo. Por isso, temos a sensação de que uma página foi virada, de que estamos diante de novas oportunidades. É o momento ideal para os começos – ou recomeços. É a fase em que se pretende desenhar uma nova história, iniciar uma nova vida, com os cuidados necessários, longe das amarras e dos conformismos.

Devido a este contexto, tem-se o “Janeiro Branco”, uma campanha celebrada desde 2014 e que vem ganhando destaque a cada ano, ao divulgar informações, promover reflexões e estimular os cuidados com a saúde mental das pessoas.

Entretanto, é igualmente comum que, logo nas primeiras semanas do novo ano, a vida já retome o ritmo intenso, com as mesmas atribulações e compromissos de sempre, voltando a colocar esses planos muito rapidamente em segundo plano.

Para muitos, inclusive, essa dinâmica acelerada é agravada pela crença de que cuidar de si mesmo pode ser uma forma egoísta de viver. Isto porque, emocionalmente, o saudável é fazer exatamente o contrário. Colocar-se em prioridade e cuidar de si é compreender que o autocuidado ajuda a reequilibrar a vida como um todo, inclusive quando se deseja estar apto para também cuidar dos outros. Assim como está escrito em I Coríntios 16:14 – façam tudo com amor. Amar é uma atitude. Atitude que você pode ter consigo mesmo e com as outras pessoas, tanto na compreensão quanto no acolhimento do seu próprio sofrimento como do outro, sem julgamento (Romanos 14:13).

Diante disso, o autoconhecimento tem papel fundamental nesta trajetória. E, para desenvolvê-lo, a psicoterapia é uma grande aliada. Hoje, grande parte da população já reconhece que os sentimentos, as emoções, os sofrimentos, as angústias, a sensação de solidão, entre outros, precisam ser acolhidos, compreendidos e trabalhados, para que haja a manutenção da nossa saúde e bem-estar.

Nesse sentido, é muito saudável pensar no próprio bem-estar e permitir-se ser prioridade na sua lista de desejos para este ano de 2022. Esse autocuidado é muito mais do que simplesmente reservar um tempo para si. Na verdade, ele abrange todas as áreas da vida e envolve desafios que vão desde se conhecer melhor emocionalmente, até cuidados com a saúde física e com sua rotina. Esses cuidados poderão ser sentidos, inclusive, na esfera social, afetiva, econômica e profissional.

Dessa forma, para desenvolver este autoconhecimento, o acompanhamento de um psicólogo pode ser muito enriquecedor, pois a psicoterapia ajuda você a conhecer melhor os seus limites e os seus desejos, a manter o foco neste compromisso com o seu autocuidado. A partir disso, será possível evitar que a rotina de mais um ano volte a colocar sua saúde emocional em segundo plano, atrasando as mudanças que você planejou – e que deseja que se tornem realidade – em sua vida.

Doenças mentais e psiquiátricas, como: a depressão, os transtornos de ansiedades, o transtorno bipolar, a esquizofrenia, entre outras, que podem ter enorme impacto na qualidade de vida, também podem ser controladas com o tratamento adequado.

Neste ínterim, definitivamente, a saúde mental é tão importante quanto a física. Sendo importante ressaltar que transtornos ou doenças mentais não são fraqueza, descontrole ou frescura. Portanto, devem ser levados a sério e tratados.

Existe um compromisso e um esforço dos profissionais e das entidades para que os conhecimentos produzidos pela Psicologia se tornem cada vez mais disponíveis para a população, a fim de que mitos e tabus sejam abandonados. “Janeiro Branco” vem como um alerta, um chamado que deve perdurar por todos os meses de todos os anos.

Vale dizer que a condição de sofrimento emocional não deve ser encarada como fraqueza, nem como um estado permanente. Ela precisa ser reconhecida e tratada – e este cuidado pode mudar a história e o futuro de uma pessoa.

Portanto, ao detectar o quanto antes que algo não vai bem e procurar ajuda profissional pode ajudar a evitar quadros mais danosos e profundos. È importante entender que não há problema nenhum em detectar que algo não vai bem. O problema está em não fazer nada a respeito. Em I Tessalonicenses 5:14 diz que, como cristãos verdadeiros, devemos criar ambientes de segurança para que as pessoas possam admitir suas fraquezas sem serem condenadas, desprezadas ou “canceladas”.

A boa saúde mental pode ser definida como sendo um estado de bem-estar, no qual o indivíduo desenvolve, harmoniosamente, suas habilidades pessoais. Isto lhe permite conseguir lidar com as adversidades e com os conflitos naturais da vida, trabalhando de forma produtiva, sentindo satisfação em viver e em se relacionar com os outros, por fim,  estando apto a contribuir também com a sua comunidade.

Então, convidamos você – assim como nós, profissionais da saúde – a levar adiante a mensagem sobre a importância dos cuidados com a saúde emocional e mental. E, claro, que cuide da sua própria com seriedade e respeito.

O “Janeiro Branco” é dedicado à construção de uma cultura da Saúde Mental para toda a humanidade! Nenhum sofrimento precisa permanecer desamparado e ninguém deve sofrer em silêncio. Lembre sempre que: Abrir-se para falar sobre o assunto é o primeiro passo.

Acolha esta ideia. Você importa, de Janeiro a Janeiro.

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