Comunicação Não-Violenta Através de uma Escuta Ativa

“Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar-se. Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra.”

“Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Mas a forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes problemas.”

“A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta. Mas se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceita com facilidade.”

 Contos árabes

 

A Comunicação Não-Violenta (CNV) é um processo que tem como objetivo permitir interações baseadas tanto na parceria quanto na cooperação, para relacionamentos mais autênticos, com posturas menos defensivas do que temos habitualmente.

É uma forma de comunicação que estimula a compaixão e a empatia, inclusive   também é chamada de Comunicação Empática. Ela visa à conexão transparente com o outro, entendendo que grande parte dos conflitos de comunicação surgem muito mais pela forma como usamos as palavras, do que por aquilo que, de fato, estamos querendo comunicar.

A partir disso, vejamos que, na Bíblia, há uma passagem muito esclarecedora acerca desta questão em 1 Coríntios 9:22 – “para os fracos, tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar a alguns”. Este versículo elucida o quão importante é a conexão empática, a fim de que haja a comunicação, sem que esta seja agressiva.

Esta mudança no ato de se comunicar é uma consciência individual, que caminha na contramão do comportamento habitual dos embates. Quando há alguma discordância, a Comunicação Não-Violenta sugere um diálogo sem classificações fechadas de “certo” e “errado”. O objetivo não é “vencer” o outro, nem fomentar um clima de julgamento, crítica ou uma sensação de superioridade; mas, sim, desenvolver a responsabilidade emocional/afetiva de saber se comunicar de forma objetiva e verdadeira no que se refere às nossas intenções e expectativas em nossos relacionamentos interpessoais. Podemos ter o momento do “joguinho da conquista”, todavia havemos de ser responsáveis pela nossa interação e comunicação com a outra pessoa, lembrando que tanto emoções quanto expectativas criadas podem ser supridas, ou não, nessa relação.

Para um observador mais atento, é comum encontrar alguma dor emocional por trás de comportamentos envolvendo a comunicação agressiva. Muitas vezes, convivemos em ambientes que estimulam a competitividade, a imposição de ideias e as atitudes agressivas. Isto pode nos estimular não só a agir da mesma forma (ação x reação), como podemos também a sermos levados a agir da forma oposta, ou seja, com uma postura sempre defensiva e fechada ao diálogo, mesmo sem nos darmos conta.

Nesse sentido, o psicólogo americano, Marshall Rosenberg, desenvolveu um método comunicativo chamado de “Comunicação Não-Violenta”, que consiste, resumidamente, na prática de quatro passos para repensarmos os acontecimentos sob uma nova ótica e tomarmos atitudes mais positivas.

Na CNV, o modo de ataque ou de defesa são igualmente inadequados, e devem ser evitados. Diante de um embate, um bom começo é dizer ao outro como nos sentimos, ao invés de tentarmos impor nosso pensamento, ou ouvirmos o outro com o objetivo de contra-argumentar, sem buscar realmente compreendê-lo.

A ideia da CNV é propor uma comunicação honesta e transparente, que não se limite ao nosso ponto de vista e que permita uma troca verdadeira e produtiva de argumentos, opiniões e sentimentos.

Assim, é de grande valia procurar um psicólogo para nos ajudar a desenvolver esta forma de se relacionar, sendo respeitosos com nossos princípios, empáticos e “desarmados”. Isto poderá fazer uma diferença incrível na nossa vida e em nossas relações.

“O maior problema com a comunicação é que nós não ouvimos para entender. Ouvimos para responder. Quando ouvimos com curiosidade, não ouvimos com a intenção de responder, ouvimos o que está por trás das palavras.”
Roy T. Bennett

Não é incomum ouvirmos frases como “Nossa, eu só queria ajudar!”, “Não, eu não estou com raiva!”, “Para mim, tanto faz”, “Você é quem sabe”, “É… pode ser que você esteja certo”, “Por que você ficou tão chateado?”, entre outras.

Essas são reações típicas de quem tem os comportamentos Passivo-Agressivo. São frases ditas com alguma acidez, ressentimento e transmissoras da sensação de que algo está mal resolvido.

Dessa forma, conviver com alguém que tenha comportamento passivo-agressivo pode causar sofrimento e frustração, pois as emoções negativas costumam ser expressas de forma indireta e camuflada, deixando um clima pesado e tenso, ainda que de maneira sutil.

Esses tipos de pessoas costumam agir como vítimas e expressam seus sentimentos negativos de maneira dissimulada, o que dificulta bastante as relações interpessoais. É comum que sejam pessoas que não aceitam ser contrariadas e, muitas vezes, sequer admitem que realmente sentem raiva ou rancor.

Essa forma passiva de lidar com a raiva as leva a preferir usar o sarcasmo e a ironia, com indiretas ou palavras dúbias. Quando contrariadas, não falam claramente sobre seus sentimentos, pois têm dificuldade em expressá-los de forma assertiva.

Esse tipo de comportamento pode ter sua origem na infância, como um mecanismo de defesa para quem viveu em ambientes familiares nos quais não era apropriado ou seguro expressar as emoções, principalmente, a frustração e a raiva. Os sentimentos, nestes contextos, são expressos de outras formas, não menos sentidos, porém mais disfarçados/contidos. A partir disso, ao não serem reconhecidos ou validados dentro dos seus contextos, criam crenças negativas ou limitantes de que não é possível sentir ou expressar as nossas emoções, como: “eu não dou conta”, “não sou capaz”, dentre outras.

Se percebermos traços desse comportamento em nós, é importante procurar ajuda psicológica. É extremamente significativo conseguir expressar nossas emoções, administrando impulsos e legitimando descontentamentos.

A psicoterapia ajuda a minimizar a resistência aos sentimentos genuínos, dimensionando corretamente a raiva e a frustração. Ou melhor, é um convite ao autoconhecimento, é um trabalho do desenvolvimento de habilidades sociais focado na importância da objetividade para uma vida mais saudável, com relações mais transparentes e harmônicas.

Por fim, escutar e compreender as necessidades do outro oportuniza estarmos mais conscientes do momento, criando uma conexão mais assertiva dos pensamentos com as palavras. Evitando, assim, o bloqueio dessa conexão na interpretação julgadora dos comportamentos apresentados pelo outro, ou seja, evitando a busca pelos culpados e não pelas soluções, isto é, alimentando “mimimi’s” desnecessários. Portanto, fica a dica: “A qualidade das relações é definida pela qualidade da comunicação.”

INDICAÇÃO DE LEITURA:

https://www.mppi.mp.br/internet/wp-content/uploads/2020/09/Ebook-Comunicac%CC%A7a%CC%83o-Na%CC%83o-Violenta_MPPI-1-1-1.pdf

REFERÊNCIAS:

https://psicoposts.com.br/
https://www.youtube.com/watch?v=6pbpOV7_8RY
https://www.elenicebrusque.com.br/blog/cnv-comunicacao-nao-violenta-nas-relacoes-de-trabalho/
https://www.meon.com.br/meonjovem/alunos/uma-nova-forma-de-comunicacao
https://www.icomfloripa.org.br/wp-content/uploads/2020/09/WhatsApp-Image-2020-09-09-at-16.33.03.jpeg
https://leads2b.com/blog/wp-content/uploads/2020/12/image-22.png
https://www.nube.com.br/tv-nube/2021/12/02/tv-nube-voce-sabe-o-que-e-escuta-ativa

*Texto revisado pela professora Vanessa Monzillo  @prof.vanessa.redacao

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Soraia Simões
14/11/2022 8:32 AM

Desde que meu marido se divorciou de mim nos últimos 2 anos eu não fui capaz de ser eu mesma até um dia quando eu vi algum post de como eu poderia recuperar meu marido, então eu vi um testemunho compartilhado por Anna da Espanha https ://www.drwavaofspirituallovespells.com/ sobre um lançador de feitiços chamado Dr.Wava, então entrei em contato com Anna para confirmar como o Dr.Wava a ajudou e ela me esclareceu tudo, como ele a ajudou e isso me deu coragem para entrar contato com o Dr.Wava para obter ajuda, Dr.Wava me assegurou que meus dias de tristezas terminarão dentro de três dias depois que ele terminar seu trabalho. Eu segui todas as suas instruções que ele me deu porque eu tenho fé, fé, esperança e confiança nele. Em verdade, eu digo a você hoje que eu e meu marido estamos juntos novamente e posso dizer e testemunhar com orgulho ao mundo o que o Dr.Wava fez por mim.