Como lidar com a autossabotagem?

Tenha consciência do seu limite e busque o autoconhecimento.

A autossabotagem é uma forma inconsciente de fazer com que tudo dê errado na própria vida. É uma maneira de negar seus desejos, de procrastinar, de colocar empecilhos em vária situações sem necessidade, de complicar o que é simples, de comprometer a realização de metas, de dificultar o alcance do êxito e do sucesso e, até mesmo, de correr o risco de prejudicar a própria saúde.

É importante dizer que vários fatores contribuem para desencadear a autossabotagem. Entre eles, estão: o medo do fracasso, o de assumir novas responsabilidades, o de correr riscos, traumas de infância, insegurança em relação ao julgamento alheio, falta de autoconfiança etc. Dessa forma, embora inconscientemente, desistir parece a melhor opção, já que não existem riscos na zona de conforto, mesmo que, nela, você se sinta desconfortável pela sua própria cobrança ou cobranças de terceiros.

Neste contexto, o problema não está em receber críticas e julgamentos de várias formas e de pessoas consideradas importantes. Mas o que é feito a partir disso é que faz toda a diferença em sua vida. Assim, você escolhe ser esponja ou ser filtro.

Portanto, tudo que se propuser a fazer, tem de fazer sentido para você, senão entrará num looping de dietas eternas, de insatisfação constante no trabalho, de  relações que não duram (ou, mesmo que durem, não são suficientemente boas), de escassez de dinheiro e de protelação da saúde, ou seja, ela fica sempre para amanhã…

Existem vários tipos de autossabotagem, dentre os quais são mais comuns:

  • Vitimização: é o caso de pessoas que encontram meios de justificar seus sofrimentos a fim de obter gratificações em troca.
  • Negação: nessa modalidade de autossabotagem, o indivíduo nega suas próprias necessidades e desejos a fim de evitar a experimentação do fracasso.
  • Culpabilidade: ao se culpar constantemente, a pessoa evita enfrentar os julgamentos alheios; porém, entra em um ciclo punitivo e de autocobrança desnecessário.
  • Procrastinação: aqui, o autossabotador deixa tudo para depois; posto que o fato de postergar tarefas funciona como um mecanismo de defesa diante da sensação de incapacidade.
  • Inconstância: uma pessoa autossabotadora possui o hábito de não concluir o que começa; assim, ela se protege não só do fracasso, bem como das consequências do sucesso.
  • Medo: sentir medo é comum e natural; no entanto, ele se torna uma autossabotagem quando é excessivo e paralisante.

Neste ínterim, convém ressaltar que nos relacionamos com as pessoas da mesma forma com que nos relacionamos conosco. Assim, se temos dificuldades em nos aceitar, perdoar, reconhecer nossos talentos e entender a nós mesmos, certamente teremos todas essas dificuldades ao nos relacionarmos com as pessoas com as quais convivemos. Por isso, o autoconhecimento é o principal caminho para ter bons relacionamentos interpessoais, considerado um dos pilares da inteligência emocional. Ademais, em Romanos 12:2, a palavra nos diz: “E não vos conformeis com esse mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente”. Logo, que a metamorfose ambulante seja a sua melhor versão. É muito importante saber que o autoconhecimento pode ajudar a regular a autossabotagem. Comportamentos diferentes oportunizam a ter resultados diferentes. Pense nisso!

E, por falar em pensamentos, uma maneira de liberar suas reservas cognitivas e emocionais é praticar a autoaceitação. Pergunte a si mesmo: que aspectos da realidade posso aceitar em vez de ficar criando pensamentos limitantes e angustiantes sobre eles? Lembre-se de que pensamentos são só pensamentos, e essa afirmativa vai lhe ajudar a lidar com eles. Em Provérbios 14:22 está escrito que “Não é certo que se perdem os que só pensam no mal? Mas os que planejam o bem encontram amor e fidelidade.”

Além disso, você já ouviu falar da síndrome do sapo fervido?

Se você puser um sapo numa panela, enchê-la com água e a colocar no fogo, vai perceber uma coisa interessante: o sapo se ajusta à temperatura da água e permanece lá dentro. E continuaria se ajustando, quanto mais subisse a temperatura.

Quando a água estivesse perto do ponto de fervura e o sapo tentasse saltar para fora, não conseguiria, porque estaria muito cansado devido aos ajustes que teve que fazer. Alguns diriam que o que matou o sapo foi a água fervendo. O que o matou, na verdade, foi a sua incapacidade de decidir quando pular fora.

Pare de se ajustar às pessoas erradas, relacionamentos abusivos, amizades parasíticas, trabalhos fim-de-carreira e tantas situações que vivem “esquentando” você. Quando você já fez tudo o que pôde e ainda tem que viver fazendo mais, você corre o risco de morrer tentando, e não alcançar nada. Saia fora disso! ”

(Autor desconhecido)

Então, por que o sapo morreu? Será que foi a água fervendo? Não…o que o matou, na verdade, foi a sua acomodação e incapacidade de perceber o seu limite e decidir quando pular fora. Quantas vezes agimos como um sapo? Aparecem oportunidades de mudança e não agimos por causa do medo do que vai acontecer ou da comodidade da vida atual. Quais as situações/relacionamentos que vivem te “esquentando”? Quando você já fez de tudo e ainda tem que fazer mais, qual é o seu limite para decidir pular para fora da panela?

Esta não é uma pergunta fácil de ser respondida, até porque não existe uma única resposta. Nosso limite costuma ser bastante relativo e depende de muitos fatores: o assunto, a pessoa envolvida, o nosso estado de humor, os esforços e possíveis recompensas para suportá-lo, entre outros.

A elasticidade do nosso limite está bastante relacionada ao nosso grau de autoconhecimento e à nossa capacidade de lidar com as situações. É nesse sentido que autoconhecimento pode aumentar nossa tolerância, por sabermos dar a devida dimensão aos fatos, sem aumentar exageradamente o que, de fato, não é enorme.

É muito comum que algumas pessoas se autodenominem de “pavio curto”, explosivas ou reativas. Isto deixa claro, de antemão, que seus limites costumam ser pouco flexíveis. Em contrapartida, há aquelas que são mais flexíveis, empáticas e tolerantes.

A principal diferença entre esses dois tipos de pessoa é a capacidade de ouvir, de se adaptar, de se reinventar, sem deixar que o outro norteie os seus limites e sem que esta flexibilidade represente uma violência.

É claro que há linhas que não podem ser ultrapassadas, as quais representam desrespeito a nós mesmos. Mas, para termos relações mais harmônicas e empáticas, em diferentes âmbitos da vida, sempre é válida uma reflexão: será que minha tolerância está balizada? Será que tenho agido com os outros como eu gostaria que agissem comigo? Será que ofereço às pessoas as mesmas coisas intoleráveis, as quais eu não suporto?

Refletir sobre os limites pode nos transformar em seres humanos mais adaptados, mais flexíveis e tolerantes, inclusive em relação a nós mesmos. Um psicólogo pode ajudar muito a desenvolver o autoconhecimento, fazendo com que você reflita sobre quem é e sobre o que você estabelece como limites – e se são saudáveis ou não.

Isto dará a você um controle mais saudável sobre sua vida e seus caminhos. Afinal, não é preciso viver refém de limites – sejam eles seus ou dos outros; sejam eles restritos demais, ou tão flexíveis a ponto serem nocivos para sua vida.

Além de respeitar e lidar com os seus limites, comece a assumir seus pontos fortes ou qualidades, organizando-os em uma lista e lendo todos os dias até estarem totalmente internalizados.

Quando começar a ter pensamentos negativos sobre si mesmo, questione e substitua por outros mais coerentes com a situação vivida.

Comece um diário. Escreva seus pensamentos, sentimentos e ações e avalie se está vivendo de forma coerente e verdadeira com a sua essência, de quem realmente você é.

Outro ponto, não menos importante, é deixar de ser visto como uma pessoa dependente emocionalmente que precisa da aprovação de terceiros. Procure se autoafirmar em seu processo de autoconhecimento.

A sua vida tem que ser boa para quem? A psicoterapia pode propor reflexões importantes, que melhorem sua autoestima, promovam o autoconhecimento e ajudem a criar estratégias para driblar estas dificuldades que, muitas vezes, são criadas apenas por você.

Seguem abaixo sugestões de livros sobre o tema:

LINKS PESQUISADOS:

https://ead.pucpr.br/blog/autossabotagem

http://tudehistoria.blogspot.com/2016/11/sapo-na-panela.html

www.psicoposts.com.br

*Texto revisado pela professora Vanessa Monzillo @prof.vanessa.redacao

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