Desfibrilando
“Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz.” Efésios 5:11
“Esses homens são fontes sem água e névoas impelidas pela tempestade. A escuridão das trevas lhes está reservada.” 2 Pedro 2:17
“Ai deles! Pois seguiram o caminho de Caim, buscando o lucro, caíram no erro de Balaão e foram destruídos na rebelião de Corá.
Esses homens são rochas submersas nas festas de fraternidade que vocês fazem, comendo com vocês de maneira desonrosa. São pastores que só cuidam de si mesmos. São nuvens sem água, impelidas pelo vento; árvores de outono, sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz.
… seguem os seus próprios desejos impuros; são cheias de si e adulam os outros por interesse.
Todavia, amados, lembrem-se do que foi predito pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. Eles diziam a vocês: “Nos últimos tempos haverá zombadores que seguirão os seus próprios desejos ímpios”. Judas 1:11-18
O texto acima foi compilado por uma Pastora, que depois de pedir perdão às ovelhas por ter sido conivente com o sistema corrupto, sujo e mentiroso do qual fazia parte (uma grande denominação, bastante conhecida – inclusive por seus escândalos), se desligou do tal “ministério”.
Vi no Facebook pessoal dela. Tenho que concordar em gênero, número e grau com esta atitude madura, sábia e corajosa. Oro para que mais líderes sintam vergonha do pecado que tem cometido, se arrependam e realmente vivam os preceitos de Cristo.
O rebanho sedento… Muitas vezes é alimentado só com água…
Pior; água salgada, que é oferecida em abundância, mas nunca mata a sede. Vendem ilusões, aprisionam no medo, manipulam os abatidos; que em sua aflição acatam as direções mais estapafúrdias.
“Prometem-lhes liberdade, sendo eles mesmos escravos da corrupção…” II Pe 2:19
Também não posso deixar de aplaudir o ato corajoso de um homem, cuja formação acadêmica é notável. Foi capaz de notar o sutil engano que se alojou em outra denominação… e expôs com detalhes o lado escuro por trás das cortinas dos altares.
Não vou citar estes, a fim de não expô-los ainda mais. Uma vez que, assim como eu, já tem sofrido grandes perseguição dos Fariseus de nosso século.
Heróis anônimos que espalham sementes da verdade, lutam contra o engano, ousam desafiar o sistema corrompido e apontam o Caminho aos perdidos. Precisamos de mais “Paulos”, “Davi´s”, “Pedros” de nosso século! Há uma Geração João Batista que não é bem vinda nas Sinagogas, mas tem pregado aos sedentos nos desertos… Onde se agrupam os valentes, os que despertaram do transe do engodo.
Tenho feito minha contribuição ao Reino, apontando o Caminho da verdade e pagando o preço de Cruz a cada dia. Vocês nem imaginam o quanto… As perseguições que sofri oriundas da Irmandade são pífias frente às perseguições que enfrento hoje da Igreja contaminada…
Os inimigos de Cristo, não eram os adoradores de BAAL; mas os Fariseus, os líderes eclesiásticos de seu tempo, os representantes da Igreja e da Lei. Os “separados”!!!
Em “Catedral das Sombras” mais luz será lançada neste poço escuro, onde há pouca água limpa.
E, diante disso, pasmo em ainda ouvir a pergunta que insiste em se apresentar: “Satanistas se infiltram nas Igrejas? Como identificá-los?”
Se o povo não tem discernimento para notar os falsos profetas que os fazem de tolos, como então reconhecer um adorador das trevas que chega camuflado em nosso meio? Hoje, eles não se infiltram mais…
O veneno da serpente já entrou na corrente do Corpo de Cristo, espalhando sua contaminação.
Se vem até nós é para “estagiar”…
Percorrendo este Brasil, vi os erros e acertos da Igreja. Deparei-me com as feridas do Corpo de Cristo, que exalam odor fétido. Fui roubado, enganado, traído, caluniado, perseguido…
No entanto, encontrei Oásis neste Deserto.
Encontrei vidas que querem acertar, achei corações arrependidos, quebrantados, que tem andando pela estrada estreita. Encontrei homens e mulheres segundo o coração do Pai. O remanescente fiel, justo, que privilegia o amor. Encontrei nesta jornada, corações humildes e sinceros. Que muito me edificaram e emocionaram.
Procurei então, agrupar estes valores e emoldurá-los com ensino prático de vida Cristã, através do modelo da Base.
Por dois longos anos…
Algumas pessoas, ao verem nossos vídeos que foram filmados quando a Base estava ativa, com Cultos dominicais, por vezes interpretam que estes ainda estão ocorrendo. Não estão!
Iniciamos em 09 de Outubro de 2011 e permanecemos até 03 de Novembro de 2013. Onde, lamentavelmente, tivemos que interromper os trabalhos…
Os Cultos do Ministério Guerreiros da Luz perduraram com muito esforço e empenho durante este espaço de tempo.
Anos que documentamos vários temas em vídeo e que, até hoje, alcançam vidas. Anos que vidas foram despertas, curadas, acolhidas, aconselhadas, auxiliadas.
Cujo sopro ainda percorre a Terra… Levando amor, acolhimento, direção, força, esperança, fé e sabedoria…
Porém, quando se prega a verdade em um sistema aculturado com a mentira e que lucra com ela; o desafio de romper paradigmas é quase “hercúleo”.
Muitos ainda estão com as mentes cauterizadas por doutrinas humanas e doutrinas diabólicas que, infelizmente, tem penetrado em nossos Altares.
O rebanho esta ferido, fraco, desunido e perdido em sua grande maioria.
Ensinamos o Bazar, onde nada era vendido, tudo era repartido. Cada um trazia o que não tinha mais utilidade em sua vida, mas que estivesse em bom estado: roupas, livros, eletrodomésticos, computadores, CD´s, sapatos, bolsas, etc. Não havia nenhum protocolo. Apenas era exposto em uma mesa e todos tinham acesso levando o que lhe fosse útil.
Não havia cantina… Mas, sempre havia uma mesa farta com sucos, refrigerantes, bolos, biscoitos, café, água, chocolates, etc.
Nós, levávamos o básico; mas ensinamos o rebanho a somar. E assim, o pouco de cada um, trazia fartura na mesa, onde ao redor, era repleta de comunhão.
Eu sempre estava na Base mais cedo, para escutar, aconselhar e orar com meus irmãos. O local era locado das 15:00hs as 19:00hs. O Culto começava as 16:00hs e ia até as 18:00hs. Tínhamos uma hora de comunhão no final. Não havia estrelas ali… Só a luz de Cristo brilhava!
Nunca ostentei títulos, ali, como em qualquer outro lugar sou só o Daniel, um missionário de Cristo, cuja missão maior é servir e somar.
A flexibilidade de horário permitia aos freqüentadores ainda ter tempo de aproveitar junto a sua família. Não estrangulava as manhãs, e proporcionava mais tempo de interação familiar, permitindo ainda um jantar juntos e acompanhar os telejornais dominicais.
Como líder, tive que tomar decisões difíceis a fim de manter a ordem e o equilíbrio, sempre em prol do Reino e das vidas! Cabe ao Capitão traçar a melhor rota ao Navio a fim de conduzir os tripulantes às águas tranqüilas!
Ensinamos que as ovelhas têm direitos e deveres. Se honram com seus deveres podem pleitear seus direitos. Isso inclui, não só a cobertura de oração, conselhos e acompanhamento espiritual.
Mas, também ajuda financeira quando necessário. Sempre fui contra a “Cesta Básica” dada por alguns ministérios… Pois não refletem o “Amar ao próximo como a si mesmo”. São mais uma esmola para alivio de consciência do que algo movido pelo amor, resultando em qualidade e quantidade satisfatórias e dignas. Sempre fui a favor de fornecer uma compra de mercado farta, pois ninguém vive só de farinha, açúcar e sal.
Se uma ovelha minha não tinha dinheiro para pegar condução, nós ofertávamos.
Se alguma ovelha estava sem condições de comprar remédios, nós supríamos as necessidades, sempre que possível.
Fizemos campanhas no Face para somar com os que tinham necessidades mais urgentes. Como uma geladeira para uma irmã que não tinha onde armazenar insulina para controle de diabetes. Ou quando estava faltando fraldas ou leite para crianças das famílias que estavam sob nossa responsabilidade espiritual. Ensinamos a somar forças, não só na oração, mas também na ação! A fé sem obras é morta.
Ajudamos a pagar aluguel de irmãos que estavam sem emprego e contas emergenciais que corriam o risco de serem cortadas. Isso é Igreja! Somar as forças e dividir os Fardos!
A Luta de um; é luta de todos… A vitória de um; é vitória de todos!
Chorar com os que choram e celebrar com os que se alegram é nosso dever. Assim era a Igreja primitiva… Ninguém passava por necessidades.
Pautei-me em muitas de minhas experiências como ovelha… Já senti e sinto o que muitos sentem. Por isso tentamos fazer a diferença! Fazer empatia!
As Palavras entregues eram sempre de conteúdo sólido, rico em conhecimento, promovendo sabedoria, fortalecendo a fé, a esperança e o amor. Ensinamos temas que poucos ousam apresentar ao rebanho.
“Geração João Batista”, “Andando na contra mão”, “A Justiça do Amor”, “Síndrome de Lúcifer”, “Divisão de Reinos”, “O Brilho do Vaga-Lume”, “A Verdade que querem te Ocultar”, “Aprendendo a ouvir a Voz de Deus”, “Amorfo”, “Temas Proibidos” etc… Dentre outras, promoveram e tem promovido despertar a muitas vidas. (Veja em nosso Canal no YouTube)
Ensinamos a não ter medo do diabo… Nada há nas escrituras sobre isso. Ensinamos a prudência, as estratégias de combate e o evangelho puro e simples. Sem “efeitos especiais”… Ensinamos que não há vitória sem luta, nem unção sem santificação, nem poder sem conhecimento. Não há atalhos para a Sala do Trono!
Ensinamos a investir no Reino com esteio no amor… Nunca por medo, nem por obrigação. Pois quem ama, dá o melhor.
Como foi com Moisés para construção do Tabernáculo, onde sobejou… Como foi com Davi para a construção do Templo; sobejou…
Como Paulo ensinou… Cada um dê segundo o que o Espírito coloca em seu coração, segundo sua prosperidade, em amor e por amor… Voluntariamente.
Sem coação.
Sem ameaças de maldições e promessas de recompensas!
Porém, lamentavelmente muitos não entenderem este esforço…
Assim como Cristo foi crucificado e o povo gritou “Barrabás”…
Nós também não tivemos o reconhecimento por tentar resgatar preceitos e valores divinos eternos.
Não “abri” Igreja para ganhar dinheiro. O alvo era ganhar vidas! Nunca tirei nada de recursos para mim. Até o combustível que eu gastava para me deslocar a Base saia de meu bolso. O custo para estarmos lá era em média de 500,00 reais por semana. Ou 2.000 por mês.
Às vezes, nos chegava uma oferta mais generosa, que prontamente repartíamos com os necessitados. Mas, a maioria das vezes o suprimento era negativo.
Faltava…
Não raro coloquei de meu bolso para inteirar os custos, tirando de minha mesa para trazer o alimento ao rebanho.
Sem promessas de prosperidade, unção disso ou daquilo, sem pagamento do carnê, sem promessas de conquistas vazias, ou profecias que não se cumpririam… Sem envolvimento com política, nem apelos emocionais, ou apresentar maldições para impor medo e tarifar a proteção divina, sem chuva de “ouro” ou visões mirabolantes…
Deixou de ter “atrativos”… Afastou os investimentos. Muitos vinham para dividir os fardos, pedir conselhos, mas poucos estavam ali para servir os que servem…
Se o medidor do nosso amor é a esmola, a sobra… Então, realmente vivemos o tempo onde o amor de quase todos se esfriaria…
Sem os apelos dramatizados, ensaiados, onde são oferecidos recompensas aos que derem mais, ou maldiçoes aos que nada derem… Nosso discurso destoou na multidão…
Como uma mentira contada várias vezes que ganha o status de “verdade”…
A verdade Bíblica parecia “Mentira” em um universo onde a verdade contaminada e maquiada é ensinada e enaltecida.
Isso “crucificou” nosso sacrifício… E nos levou a parar…
Alguns ainda inquiriram, (sem conhecimento Bíblico): “Se Deus mandou abrir, porque fechou?”
A resposta é tão simples que choca…
O Templo foi feito mediante a vontade majoritária de Deus. Deus deu medidas, proporções, materiais que deveriam ser utilizados. Davi preparou tudo para que Salomão colocasse em prática o projeto. Mas, um dia o Templo perde seu maior significado: era para ser casa de adoração, e tornou-se um covil de ladrões… Jesus chora, e lamenta que não sobraria pedra sobre pedra naquele lugar…
Deus mandou, nós obedecemos. No entanto, soldado sozinho não vence Batalha. Sem o esforço coletivo, nosso empenho fica limitado. Sem investimentos, sem provisões nas trincheiras os soldados perecem e o combate fica comprometido.
Nossas escolhas determinam nossas colheitas.
Embora nós escolhêssemos os Cravos, a maioria gritava: “Barrabás!”…
Ainda cegos pelos dogmas que sedimentaram em suas mentes. A luz da verdade era simples demais para ser compreendida. Não havia ritos complexos… Apenas o amor… A Deus e ao próximo. Apenas buscar em primeiro lugar o Reino. O resto seria conseqüência…
Poucos entenderam o tamanho daquele desafio. O balanço positivo é que até hoje as mensagens atravessam continentes e alcançam os perdidos. Fizemos amizades genuínas que se mantiveram até os dias de hoje. O local ainda é usado como Base de treinamento, nos nossos Cursos e Seminários. Onde temos mais controle de qualidade e podemos oferecer ao Pai, ao Reino e a vocês o melhor que podemos.
Esta é nossa coroa. E ninguém pode nos tirar! Sementes foram lançadas e estão florescendo…
Um dia a Base será reaberta? Alguns me perguntam…
Não sei se um dia tentaremos novamente lançar esta rede…
Não sei se a glória da segunda ‘casa’, será maior que a primeira…
Ainda estou digerindo tudo o que passamos ali… As lutas e as conquistas…
É tempo de balanço…
Tempo de esperar…
Fica aqui o esclarecimento sobre esta história…
Lembrem-se de nós em suas orações… Suas preces, suas mãos estendidas, suas ofertas de amor, que tem feito a diferença em nossas vidas e neste ministério. Oro todos os dias que o Pai envie mais parceiros de trincheira e que possamos manter sempre esta chama acesa, como um farol a guiar os perdidos e traçar novos rumos na jornada da fé dos soldados de Cristo!
Temos pagado alto preço por ensinar a verdade aos cativos.
Pois a verdade liberta! E um povo livre, não dá lucro ao sistema de cárcere…
Que o Senhor te abençoe e te guarde.
Na Unidade da Cruz
Escritor e conferencista, Daniel Mastral publicou seu primeiro livro em 2000, intitulado Filho do Fogo – o descortinar da alta magia, que ganhou o grande público. Ganhador do Prêmio Areté pela obra Voz do que Clama no Deserto e, até o momento, escreveu mais de 14 títulos.